A Região
A Região de Colares Demarcada desde 1908
Localização
O Nosso orgulho
Colares
Viticultura irracional? Um paradoxo? Sim. Felizmente nem todo o Mundo Vitícola se encontra escrito a preto e branco!
Região
Colares
Altitude
110 m
Latitude
38° 48′ 21.0348″ N
Longitude
-9° 27′ 7.1094″ W
Castas
Videiras
Plantadas em pé-franco (não-enxertadas) e pré-filoxera
Solos
Influência
Forte influência Atlântica, na ponta mais ocidental do Continente Europeu!
Clima
Ventos fortes e salgados que condicionam a produção!
Nevoeiros e Neblinas
Numa região que apresenta um dos mais baixos índices de insolação estival em Portugal
Batalha
O Verdadeiro Atlântico, Mineral e Salgado!
Clima
O clima é muito específico devido à proximidade do mar, a temperatura é amena e a região é fortemente fustigada pelos ventos marítimos, apresentando elevada percentagem de humidade relativa. Assim, as vinhas têm necessariamente que ser protegidas desta influência marítima e, para isso, os viticultores utilizam o que a natureza lhes oferece; canas secas com as quais constroem as paliçadas. Devido ao vento as vinhas crescem rasteiras, sem recurso a sistemas de suporte, concorrendo para um aspecto paisagístico único no panorama vitivinícola nacional.
REGIÃO...
Solos
A região encontra-se dividida em duas sub-regiões correspondentes a dois tipos de solos diferentes.
Chão de Areia — Solos de areia de duna. Regos solos de areias assentes sobre materiais consolidados (barro). Destas vinhas, em cima do mar, obtemos a uva para os nossos vinhos DOC Colares
Chão Rijo – Solos argilo-calcários pardos, localizados na zona mais interior da região. Aqui produzimos a uva para os nossos vinhos IGP Lisboa
COLARES, VINHOS DIFERENTES! ...
Castas
Para além de serem produzidos em condições de microclima muito especiais, estes vinhos são provenientes de castas autóctones, ou seja, existentes exclusivamente na Região Demarcada de Colares. Esta foi a região que as viu nascer!
- Ramisco- a casta tinta rainha de Colares, dando origem a vinhos tintos de enorme complexidade e com reconhecido potencial de envelhecimento;
- Malvasia de Colares – a casta branca, por excelência. Vinhos frescos, herbais, minerais e salgados.
- João Santarém ou Castelão – a casta tinta tradicional dos terrenos de “Chão Rijo” e comum em toda a região de Lisboa.
REGIÃO...
Viticultura
Os solos onde estão instaladas as vinhas da denominação de origem são de areia de duna, em parte semelhantes à areia da praia. Todo o processo de plantação é muito diferente do existente nas outras regiões, porque não podemos plantar directamente na areia, visto ser um solo pobre, sem retenção de água e nutrientes necessários à cultura.
O engenho do homem descobriu forma de ultrapassar esta limitação, permitindo a cultura da vinha num local que, à primeira vista, não seria de todo indicado para a cultura.
A plantação exige que, numa primeira fase, seja retirada a areia até alcançar o sub-solo argiloso, local onde as varas serão “unhadas”. Uma plantação muito trabalhosa que obriga à movimentação de enormes quantidades de areia, escavando-se até 2 a 3 metros de profundidade.
Após plantação, e ao longo de 3 ou 4 anos, a areia vai sendo reposta, juntamente com aplicações de estrume, até que a vinha se encontre em terreno regularizado e em produção. As videiras crescem estendendo-se pelo chão e são autênticos monumentos vivos, possuindo braços de madeira velha onde se encontram as varas, nalguns casos 10 por videira. A areia, responsável por esta plantação laboriosa, torna-se a melhor amiga do viticultor pois dela irradia o calor necessário à maturação dos bagos, permitindo equilibrar os factores climáticos adversos (falta de insolação e de temperatura devido à humidade e nevoeiro).
Aquando da maturação os braços são elevados do solo por meio de “pontões”, pequenos troços de caniço seco, e os cachos cobertos com ervas secas resultantes da operação cultural anterior, a “arrenda”, a fim de se evitar o escaldão.
A divisão da propriedade é feita com paredes de pedra solta que os viticultores transportam, por vezes, das vinhas que possuem de “chão rijo”.
É sem dúvida alguma uma viticultura artesanal, que apresenta o seu máximo esplendor durante a maturação, período que normalmente ocorre entre meados de Agosto e meados de Setembro.
Um Pouco de História
Filoxera, a praga que Colares não conhece!
Conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques em 1147, a Vila de Colares gozava já de grande importância pois é mencionada independente de Sintra.
Numerosos documentos atestam a presença de vinha na região aquando da fundação da Nacionalidade (séc. XII), entre os quais se encontra a carta foral de Sintra.
Pensa-se que a introdução da casta ´Ramisco´ na região se deve ao rei D. Afonso III (séc. XIII), que a teria trazido de França. O grande enólogo Ferreira Lapa afirma que “o Colares é o vinho mais francês que possuímos”. O rei D. Dinis (séc. XIII-XIV) aplicou aos mouros, donos das terras de Colares, um tributo no qual se inclui uma quarta parte da produção de vinho da região. A primeira exportação de vinho de Colares, documentada, efectuou-se no reinado de D. Fernando I (séc. XIV). D. João I (séc. XIV-XV) ofereceu esta região a D. Nuno Alvares Pereira como recompensa pela vitória de Aljubarrota.
No séc. XVI a produção de vinho da região era suficiente para dar resposta ao consumo nacional.
Nas viagens à Índia (séc. XVI) o vinho de Colares era um dos preferidos pela sua longevidade.
A casta ´Ramisco´ foi descrita pela primeira vez em 1790.
Em 1865 verificou-se no norte do país a entrada da filoxera, praga que dizimou grande parte da vinha europeia. Em Colares, as castas instaladas em solo arenoso resistiram a esta praga, facto que contribuiu muito para o incremento da vinha.
A razão: o insecto não consegue atingir as raízes das videiras devido à profundidade a que estas são plantadas, isto é, à enorme camada de areia existente entre a superfície e o barro.
Ainda hoje, Colares mantém toda a originalidade genética da Vitis europeia e das suas variedades autóctones, pois não necessitamos de recorrer aos porta-enxerto de Vitis americana para controlar a praga. As nossas vinhas de areia não são enxertadas são, por isso, todas de “pé-franco”.
No início do século XX (1908) o rei D. Manuel II distingue a região vitivinícola de Colares concedendo-lhe o estatuto de Região Demarcada.
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